30.5.09

insignificante desejo de um insignificante qualquer (ou... Que Sede da Po##@!!)

quero uma experiência cujo principal ingrediente é o desespero.. e por excesso da falta de algo mais, acaba por entorpecer por inteiro. isso me agrada. quero um dia estar largado no meio de um oceano agitado e escuro. numa madrugada qualquer. nada por perto e nada longe, apenas eu e o mar sem horizonte, agitado, e o céu negro chuvoso, tempestuoso, frio, relampejante, impetuoso, com ondas fortes e tudo mais... quero sentir pelo paladar a água salgada que engulo sem querer, sentir pelo olfato o cheiro do vento rasgante e da chuva que arranha a pele e me fere pelo tato. sentir de fato o frio e as pancadas do mar. quero ouvir o som da água nervosa, da água que cai e que sobe pelos redemoinhos de ar, quero ver tudo isso nos breves momentos de um relâmpago que une as densas nuvens e forma belíssimos segmentos de luz. quero estar em um lugar onde a bússula perde seu norte, se perde do mundo, se rende à morte. um lugar entorpecedor.

..... e depois

fico à deriva, à mercê. sem responsabilidades, sem preocupações, sem poder. apenas aprecio. se é o fim não importa. então vem a calmaria e também vem o dia. e eu boiando no meio do nada, no meio de tanta água, me acabo em sede, tanta sede. que se há de fazer?