4.8.09

Transeuntes

A curiosidade, alimentada por uma eterna coceirinha no juízo e com seu típico sadismo infantil, espia pela brecha do tempo aquele momento. Um momento qualquer. Analisa, observa um pouco e em seguida chama o inquieto para espiar junto. Este, por sua vez, agoniado por sua vontade irracional e primeira de fazer tudo sem filtros, cede fácil ao chamado da curiosidade e abre um pouquinho mais a porta para espiar. A surpresa, como sempre, grande parceira da curiosidade, aparece de repente, empurra o inquieto para dentro do momento e fecha a porta toda contente, deixando o coitado lá sozinho. A surpresa se desfaz em fumaça de perplexidade, a curiosidade continua a espiar para ver o que acontece e o inquieto demora a perceber que caiu numa armadilha. O momento, por fim, possui uma ótima chance de se divertir. :**


3 comments:

edbajo said...

tico, a curiosidade tem parentesco com vouyer, cuja ansiedade o denuncia.seu insensato instinto de devassa alheia acaba lhe dando também uma enorme sensação de observado e reconhecido pelos transeuntes que cruzam seu caminho, deixando-lhe nervoso e inquieto. aliás, seu insensato modo de agir binoculando às escuras as janelas indiscretas dos outros, não distingue a bunda exposta no calendário de borracharia da pirelli de uma bunda autêntica brasileira. e como dizia dr. furico: a masturbação é um sexo a dois só que um tá ausente.

tiago said...

louco.

adri said...

Ahááááá!!

Posso esperar doses cavalares de sensualismo daqui por diante?